"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem." Carlos Drummond de Andrade





segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Festival do Morcego reúne pesquisadores no Amazonas



Intenção é mostrar importância dos animais na preservação da natureza
Das 1,2 mil espécies de morcegos, apenas três se alimentam de sangue.


Pesquisadores de várias partes do país se reuniram no Amazonas para o Festival do Morcego, no começo deste mês. A intenção deles é mostrar a importância desses animais para a preservação da natureza.

Antes do anoitecer, as redes são montadas em locais estratégicos. Elas vão servir para capturar morcegos que se alimentam de sangue e têm perturbado os animais da fazenda no município de Presidente Figueiredo, a cem quilômetros de Manaus.

“Os animais aparecem sangrando bastante, chegando até à morte”, contou Francisco França, gerente da fazenda.

Os morcegos chegam à noite, quando o gado está descansando. Com a ajuda de uma colher, o pesquisador demonstra como eles usam a língua como uma espécie de funil para sugar o sangue. Quiróptero, o nome científico do animal, vem do grego e significa mãos em forma de asa. As finas membranas, que unem os longos dedos e os pés, permitem ao morcego voar.

O sistema de ecolocalização, uma espécie de radar natural que utiliza sons de alta freqüência, ajuda o bicho a não se perder pelo caminho. Apesar do nome, o morcego enxerga muito bem. Este não é o único mito sobre estes animais.

Das 1,2 mil espécies conhecidas de morcegos que existem em todo o mundo, apenas três se alimentam de sangue. Dentro do pequeno grupo, o desmodus rotundus é o mais comum. Ele está associado a ataques a animais a criação e a seres humanos.

“É um problema para a saúde pública. Os ataques podem trazer não só problemas de sangria, que pode levar à anemia, e também a transmissão de doenças como a raiva”, alertou o biólogo Wilson Uieda

A espécie, por oferecer perigo, precisa ter a população controlada. Mas trata-se de uma minoria, que faz a má fama de todos os morcegos. São mais de 160 espécies. Na Amazônia, contando os países vizinhos, são cerca de 200. Quase todas trazem benefícios ao homem.

Com o objetivo de divulgar a importância destes mamíferos voadores para a natureza a Fundação Museu do Morcego, em Manaus, realiza, desde 2005, um festival anual com palestras, cursos e atividades de campo.

“Morcego é sangue bom. Essa é a idéia que queremos passar. Desconstruir essa imagem negativa do morcego. Mostrar que o morcego está associado com a recuperação das matas, com o controle de insetos. Então, é fundamental a participação desse animal para o controle do ecossistema, para a sobrevivência do planeta”, explicou Marcos Santos, presidente da Fundação do Morcego.

Segundo os pesquisadores, sessenta por cento da regeneração da floresta se deve ao trabalho dos morcegos dispersores de sementes. Morcegos são importantes também no controle de pragas. Graças às membranas entre as patas, o morcego é capaz de capturar insetos durante o vôo.

Há a espécie frugívara, que se alimenta de frutas. O morcego com uma espécie de folha no focinho é chamado pelos cientistas de sturnira lilium e é fundamental na recuperação de áreas degradadas na floresta.

“Alimentando-se do fruto ela vai ingerir as sementes. E ela retirar as sementes da árvore principal, que chamamos de árvore-mãe, e vai dispersar muito longe da área de dispersão natural da planta. Então, ela vai acabar colonizando outras áreas com essas plantas”, esclareceu o biólogo Marcelo Bordignon.

From: Do G1, com informações do Globo Rural

tags: Meio ambiente, preservação ambiental, animais

domingo, 21 de setembro de 2008

Florbela Espanca, uma vida perdida na neurose

"Quando morrer, é possível que alguém, ao ler estes descosidos monólogos leia o que sente sem o saber dizer, que essa coisa tão rara neste mundo - uma alma - se debruce com um pouco de piedade, um pouco de compreensão, em silêncio, sobre o que eu fui ou julguei ser, e realize o que eu não pude: conhecer-me."
(Florbela Espanca - In diário do último ano)


Este trabalho tem como objetivo, relacionar aspectos da vida da autora com a sua obra e, com eles fazer uma conceptualização de caso. Florbela Espanca padeceu a vida inteira dum mal, que refere ao longo de toda a sua obra poética, o qual, os biógrafos que se debruçaram sobre a sua existência conturbada, apontaram como causa da morte. Com base numa biografia e outros documentos sobre a poetisa, coloco uma hipótese de diagnóstico que procuro ilustrar com excertos da sua obra literária.

As imagens das diversas fases da sua vida, e dos aspectos psicológicos relevantes para o desenvolvimento da doença fatídica, são o tema deste ensaio, baseado na teoria dinâmica/psicanalítica, que estuda os processos mentais do indivíduo, conscientes e inconscientes, nas interacções com os objectos da vida real e fantasmatica.(Ler artigo na íntegra)



Palavra chave: Florbela Espanca, vida, obra, neurose, depressão

from: PSICOLOGIA.COM.PT

Por: Lídia Craveiro

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sábado, 20 de setembro de 2008

O Grande Ditador

Sem o distanciamento temporal que temos e antevendo muita coisa,Chaplin faz a melhor sátira ao nazi-fascismo, com uma imagem do Führer que se consagrou e ainda é a predominante na memória contemporãnea.
Cenas como o número músical com o globo terrestre ou o discurso pacifista do fim são antológicos tanto artisticamente quanto como retrato de um tempo. O filme não só pode como deve ser usado para o ensino e para pesquisa histórica.
Curioso e impressionante o fato de que o filme foi completamente incompreendido nos EUA. Como consequência, o artista foi obrigado a deixar o país, o que acabou precipitando o fim da excelência de suas obras, já que na Europa não havia os mesmos meios de produção cinematográfica. o filme foi lançado em 15 de outubro de 1940, antes da entrada dos EUA na guerra, que aconteceria no ano posterior. Entretanto, o conflito mundial já havia sido desencadeado com a invasão da Polônia pela Alemanha em 1939.
Lembro de ter lido em algum lugar sobre essa influência de O Grande Ditador em seu exílio, mas a fonte não procede.
Pelo que pesquisei, seu exílio se iniciou em 1952. Desde então, ficou proibido de retornar aos EUA, uma medida machartista, por conta de sua militância esquerdista.
Só retornou à América em 1972, quando recebeu o prêmio especial (Oscar pelo conjunto da obra) da Academia de Hollywood.

Uma curiosidade: Chaplin (e o mundo) não tinha a noção do tamanho real do holocausto nazista quando concebeu a obra. Anos mais tarde, declarou que não teria capacidade de brincar com o nazismo, após conhecer a extensão do holocausto.(Ler o discurso...)
Por: Antonio Henrique Campello (Café História)



Sobre o filme:

Diretor: Charles Chaplin
Em seu filme O Grande Ditador, Chaplin vive uma brilhante sátira a Adolph Hitler. O climax clássico deste filme é o célebre discurso final, um libelo ao triunfo da razão sobre o militarismo. Atuando e sendo o diretor do filme o Grande Ditador, Chaplin foi acusado pelo Comitê das Atividades Antiamericanas, além de ter sido confundido à figura de um comunista com um discurso anti-nazista e humanitário. É certo de que a grande provocação à ideologia americana foi o discurso anti-nazista já que os Estados Unidos, paradoxalmente, estavam em guerra contra a Alemanha e ao lado da União Soviética. Eis a fala proferida no filme O Grande Ditador: "O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura! Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido." Este discurso foi responsável em grande parte pela sua expulsão dos Estados Unidos uma década depois. Para fins de estudo, salientamos que se trata de uma comédia, porém, de cunho conscientizador, agindo como um filme que denuncia a barbárie ocorrida na Europa. De consciência social intensa, o filme busca questionar um período efervescente de movimentos fascistas na Europa, criticando a apologia do cidadão que, por patriotismo, tolera o assassinato de milhões de judeus. Um detalhe importante é que o personagem Carlitos era um judeu. Os professores de História da Educação recomendam aos seus alunos como fonte de contextualização de um período fortemente marcado pela tirania Hitleriana, o que proporcionará aos mesmos uma oportunidade de reflexão crítica.

Veja mais alguns links sobre o filme:

Comparação entre o filme O Grande Ditador e a História

Tributo ao Gênio: Charles Spencer Chaplin

Uma dica dos professores de Sociologia da CEAD, Mariano Castro Neto e Marivone Piana, é o filme, também de Charles Chaplin, TEMPOS MODERNOS, para que você possa refletir sobre o impacto das tecnologias sobre a sociedade.


Category: Educação
Tags: Ideologias, ensino, história, professores, educação e ideologia, religião e ideologia






INSURREIÇÃO

Para muitas pessoas, "os judeus foram para as câmaras de gás como ovelhas para o abate". O Filme "Insurreição" ("Uprising", no original) mostra que os judeus também resistiram. Produção americana de 2001, o filme conta a história do famoso "Levante do Gueto de Varsóvia", ocorrido em 1943, na Polônia, contra a ocupação nazista alemã e suas práticas de assassinato.

Em 1943 os judeus do Gueto polonês já sabiam que milhares estavam sendo exterminados em campos de concentração não muito distante dali, como o de Treblinka. Organizados e com ajuda externa ao Gueto, os judeus ensaiaram uma heróica batalha contra os nazistas. A revolta foi esmagada pela SS. Os líderes foram mortos, mas a saga permanece uma memória bastante forte.

Cada etapa do levante foi retratado com muitos detalhes pelo diretor Jon Avnet, em um filme de duas horas e meia. O elenco conta com os veteranos Jon Voight e Donald Suterland, além do astro da série Friends, David Schwimmer. Embora feito para a televisão, "Insurreição" contou com um bom orçamento e consegue fisgar o espectador através de um roteiro bem elaborado e boas atuações.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Geração Delivery: Adolescer no Mundo Atual


Estude para ser alguém na vida!

A geração delivery é o universo do já pronto, do descartável, do já pensado, da rápida entrega e do rápido consumo... E, de preferência, com pouco esforço! Como conseqüência, ouvimos queixas de pais e de professores que seus filhos/alunos não se esforçam, não querem estudar, não se responsabilizam, não se comprometem É neste novo paradigma, o do botão, que a jovem “geração delivery" está se formando. "Ele estuda dessa forma, distrai-se nesse esquema, vê televisão ligado a vários canais ao mesmo tempo através da TV Cabo, em três línguas diferentes. O computador tem cinco janelas ativas trabalhando simultaneamente, eles estão”on-line" em todos os sentidos. Enquanto acedem aos amigos virtuais, numa orelha têm o telefone, na outra o celular..." Eles estão o tempo todo a estabelecer contatos múltiplos, "rápidos porém superficiais, com o mundo todo, literalmente falando. Tudo ocorre por meio de soluções imediatas, não há tempo para esperar, as decisões e as soluções vêm completamente sem elaboração". O mesmo se passa nos vínculos afetivos onde é a geração do "ficar com", que implica apenas o momento, "tudo rápido, até intenso, mas superficial".

Geração do "gadget" tecnológico e da cultura "trash" (tudo é descartável), são os "fast-kids" a quem não é exigido pensar muito ou imaginar muito pois está tudo prontinho para o "input". Os educadores, ao contrário, estão estressados de tanto trabalhar! Qual a repercussão dessa dinâmica social na qualidade das aprendizagens?
Certamente, já devem estar deduzindo...A aprendizagem é entendida como complexa. Dentre os múltiplos fatores que interferem no ato de aprender estão os aspectos ligados ao desejo de aprender e a mobilidade que o aprendiz desenvolveu e que ele coloca a serviço dessa jornada. Muitos de nós já ouvimos alguém afirmar: “Estude para ser alguém na vida!”. Essa é uma das verdades-parciais que temos de ‘ressignificar’. Essa afirmativa era verdadeira quando freqüentar a escola bastava como um diferencial na vida da pessoa. O diploma era até pendurado na parede. Hoje os nossos jovens, apesar de terem tirado a média requerida pela escola, constatam que na vida do trabalho a média é outra. Ser alguém na vida quer dizer: saber pensar e fazer alguma coisa de uma forma bastante particular. Apesar da universalidade do conhecimento, o mercado de trabalho pede “conhecedores”que transitem entre as dimensões do geral e do específico; das peculiaridades de uma camada social ou de uma determinada comunidade ao conhecimento cientificamente organizado. Dentre as qualidades que o mercado de trabalho tem exigido dos cidadãos, a mais solicitada é a possibilidade de resolver problemas de forma competente, ética e responsabilidade, é não somente querer fazer, mas fazer, decidir com rapidez e trazer soluções para as diversidades que se apresentam no mundo real e globalizado..
Se por um lado nossas crianças e jovens da geração delivery têm tido uma dinâmica social voltada ao tudo pronto e de rápida entrega, por outro a sociedade exige um cidadão com instrumentos para identificar o conhecimento, interagir com ele e reconstruí-lo.
Se dar bem na vida, estudar, aprender, escolarizar-se e tirar um diploma, são conceitos que têm sido revistos. Os professores, diante dessa nova realidade, têm tido de repensar o desempenho de seu papel profissional, sua forma de trabalhar e de se relacionar com seus alunos e com o conhecimento. Se as facilidades da tecnologia e as dificuldades do corre-corre do dia-a-dia conspiram contra a construção do sujeito apto a atender as exigências dos
novos tempos, que a escola e os educadores de modo geral, estejam atentos a essa realidade e às reais necessidades de seus alunos e familiares.
Não podemos esquecer que educar é ser formador de cidadãos instrumentalizados para viver com responsabilidade os desafios dessa nova era.

Cybelle Weinberg, psicopedagoga, usa este desabafo real para dizer que "ser adolescente, hoje, é muito mais difícil do que o foi em épocas passadas". Porquê? Porque hoje é tudo mais fácil. Aparentemente, talvez.

"Os pais são mais compreensivos, mais tolerantes, há maior liberdade sexual, maior liberdade de expressão, maior liberdade para a escolha profissional, maior liberdade para isto, maior liberdade para aquilo". Porém, "o que vemos são jovens com pouca iniciativa, angustiados diante da escolha profissional, deprimidos, stressados, com dificuldade para sair da casa dos pais e definir o seu próprio caminho." Cuidado, isto não é para generalizar, mas, diz quem lida com adolescentes, é espantoso o número de jovens e adolecentes que estão nesta situação.

Esta idéia subjaz ao livro "Geração Delivery - Adolescer no mundo atual", coordenado por Cybelle Weinberg. Foi este ano publicado no Brasil (Sá Editora) e dá conta da preocupação de psicólogos, médicos, psiquiatras, pedagogos e professores com os nossos adolescentes. Ao longo de 16 capítulos, escritos por diferentes autores, se percebe a inquietação com os jovens, só aparentemente autônomos, só superficialmente independentes, nada preparados para a vida. De adultos, claro. Se a chegarem a ter, claro.

Fala-se de geração "delivery". O que é? Hipóteses de definição: 1. libertação, livramento, resgate; 2. Exoneração, desobrigação; 3. entrega; 4. distribuição, expedição; 5 transferência, remessa.


"Quem trabalha ou convive com adolescentes precisa saber: o jovem que recebe tudo caidinho do céu, sem conversa, sem proximidade, sem ter de ouvir aqueles antigos blábláblás de sempre (é claro que adaptados aos dias atuais) sente-se mais inseguro ainda, solitário, fica deprimido e inundado por uma terrível sensação de desamparo". Sofia de Reis.

Há quem pense que se está a criar o homem "light", um homem descomprometido com posições, ideologias e papéis sociais, para quem tudo pode ser e tudo vale. "(...)Trata-se de um homem relativamente bem informado, mas de escassa educação humanista, muito votado ao pragmatismo, por um lado, e a vários assuntos, por outro. Tudo lhe interessa, mas de forma superficial; não é capaz de fazer uma síntese daquilo que percebe e, como consequência, se converte numa pessoa trivial, superficial, frívola, que aceita tudo, mas que carece de critérios sólidos em sua conduta. Tudo nele se torna etéreo, leve, banal, volátil, permissivo" ("O Homem Moderno - A Luta contra o vazio", 1996, edit.São Paulo: Mandarim)

Fala-se dos jovens com crises de pânico, depressão, violência, toxicodependência, anorexia, suicídio... e eu pergunto como Cybelle: E os outros, os adolescentes que não adoecem, que não dão trabalho, onde estão?

Ela responde: "Vivemos o fim das ideologias, não há conflitos de gerações, não há contra o quê se rebelar. Eles estão em casa, pedindo pizza pelo telefone, vendo o filme alugado, navegando na Internet. Sair de casa? 'Pra quê?'"

Citam-me Renato Russo: "O futuro não é mais como era antigamente...". E tem que ser? Corrigem-me as citações, indo buscar Adorno: "Não se trata de conservar o passado, mas de resgatar as esperanças do passado". E eu respondo com Gertrude Stein, nos anos 20, para Hemingway: "Vocês são a geração perdida, todos vocês". E fico na dúvida: Será que todas as gerações são perdidas? Eu gosto de pensar que a minha não é. Ou esta, a "geração delivery", do "quero-quero", "já-já", do click, arrisca-se a ser mais perdida do que as outras?


MINHAS IDEOLOGIAS ReAdaptado do texto de ISABEL PAROLIN, pedagoga, psicopedagoga e mestre em psicologia da educação. É professora e palestrante em cursos, congressos, encontros, pós-graduações para professores e pais. Autora de vários livros e artigos, dentre eles o lançamento “Professores Formadores: A relação entre a Família, a Escola e a Aprendizagem”.(Ler mais...)

Leia também:

SABORES INCONSCIENTES RECEITAS SEM CULPA
Org.: Cybelle Weinberg

GERAÇÃO DELIVEY - Cybelle Weinberg


Artigos relacionados:

A sacralização da política

Ideologias: Religiões - Ser humano


VEJA OS VÍDEO:
Discurso: "O Grande Ditador" - Chaplin




Category: Educação
Tags: Ideologias, ensino, história, professores, educação e ideologia, religião e ideologia


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Todos pela Educação de qualidade





O Brasil só será verdadeiramente independente quando todos seus cidadãos tiverem acesso a uma Educação de qualidade. Partindo dessa idéia, representantes da sociedade civil, da iniciativa privada, organizações sociais, educadores e gestores públicos de Educação se uniram no movimento Todos Pela Educação: uma aliança que tem como objetivo garantir Educação Básica de qualidade para todos os brasileiros até 2022, bicentenário da Independência do País.

O Todos Pela Educação não é um projeto de uma organização específica, é um projeto de nação. É uma união de esforços, em que cada cidadão ou instituição é co-responsável e se mobiliza, em sua área de atuação, para que todas as crianças e jovens tenham acesso a uma Educação de qualidade.

Para orientar a ação de cada um de nós, foram definidas 5 Metas específicas, simples, mensuradas por indicadores de desempenho oficiais, que devem ser alcançadas até 7 de setembro de 2022:

Meta 1. Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola.

Meta 2. Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos.

Meta 3. Todo aluno com aprendizado adequado a sua série.

Meta 4. Todo jovem com o Ensino Médio concluído até os 19 anos.

Meta 5. Investimento em Educação ampliado e bem gerido.

Vencer o desafio educacional brasileiro passa pelo compromisso e pela ação de todos e de cada um. Só assim, em 2022, poderemos comemorar não só nossa independência como País, mas também nossa independência como Nação.

EDUCAÇÃO NO BRASIL



quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fala mestre! É preciso ouvir a voz do professorado




A imagem do professorado da escola pública está desgastada.
A cobertura da educação na mídia é o espelho desse desgaste.


Uma vez ao ano, no Dia do Professor, os meios de comunicação esforçam-se para mostrar profissionais travestidos de heróis – sempre um exemplo individual de uma pessoa boa e comprometida que não exerce uma profissão, mas sim um sacerdócio.
No coletivo, como categoria profissional, o professorado de escola pública só aparece na mídia de forma negativa. Quase sempre a ele é imputada a responsabilidade sobre todos os males do ensino: ou é mal formado, ou sem interesse, ou falta muito às aulas, ou é incompetente, ou é corporativo, só pensa no salário e na carreira e não nos alunos ou, ainda, é um coitado, vítima da violência dos próprios alunos.
Quase sempre a voz que aparece nos meios de comunicação é a voz dos dirigentes ou dos chamados especialistas e nunca do professorado. Entre os “especialistas”, ultimamente, quem mais tem falado são os empresários. Falam do sentido de uma educação para o desenvolvimento e para a economia, criticam o modelo de gestão, falam em produtividade do sistema e em como obter melhores respostas com menores custos. Se pudessem, substituiriam os professores por máquinas, pois podem ser domadas.
As soluções apresentadas para a melhoria da qualidade sempre são definidas independente dos professores, por cima deles, dando por princípio que eles são pacientes das reformas e não agentes. Afinal, se são culpados por todos os males, porque então tomá-los em consideração?
O silêncio dos professores e das professoras da escola pública é um reflexo de dois fenômenos complementares: de um lado a desvalorização do trabalho do docente, por outro, a existência de mecanismos repressivos que impedem o seu livre expressar.
Já de muito o trabalho docente vem sendo deixado de ser considerado como fundamental. Seu lugar social e o seu papel foram sendo desprestigiados pelas contínuas reformas educativas que em seu nome são implementadas.

Inicialmente, pela constante desvalorização do seu salário o que torna o trabalho docente desprestigiado frente às demais categorias profissionais, além de evasão de quadros e da super exploração daqueles que para viver têm que estar em muitos lugares ao mesmo tempo para poder pagar as suas contas.

O excesso de trabalho, além de prejudicar a saúde do professor, não permite que ele prepare bem as suas aulas, que se atualize, que mantenha condições de ter um acompanhamento mais próximo dos seus alunos. O professor, desta forma, é levado a se desumanizar e passa a ser um “dador” de aulas, que entra na sala quase sempre de forma mecânica para cumprir suas muitas jornadas de trabalho. Sua voz tende a ser a da repetição, e não a da criação, da discussão, da produção de conhecimentos.
Mas as reformas também pouco se preocupam com a prática do professor, com a sua experiência de trabalho, afinal, dizem os dirigentes, é preciso instrumentalizá-los para que exerçam sua profissão com qualidade. Não é necessário pensar, basta um currículo centralizado, um material didático descritivo nas mãos dos professores, e orientações de como transmitir o conteúdo.

As avaliações de massa servem para que os alunos se comparem quanto ao seu desempenho, no jogo do mercado educacional, e assim busquem, por vontade própria, aprender o não aprendido ou mudar de escola ou de professor. E assim vamos seguindo de reforma em reforma, de cima para baixo, tentando fazer da profissão docente uma peça na engrenagem constituída de fora para dentro das salas de aulas.
Mas então por que os professores não se expressam sobre suas condições de trabalho, sobre as mudanças que julgam necessárias, sobre o ofício de docente?
Em conversas com jornalistas sobre a ausência da voz do professorado nas reportagens e matérias sobre políticas educacionais, foi identificado o tolhimento da sua expressão livre, baseado em mecanismos repressivos explícitos ou não.
Uma das formas de tolhimento da voz do professor é o Estatuto dos Funcionários Públicos. Conforme levantamento realizado pelo Observatório da Educação da Ação Educativa em 25 Estados do País , em 18 deles professores e outros servidores têm sua liberdade de expressão cerceada.

O texto varia entre os Estados, mas, de um modo geral, “tem o mesmo sentido: proíbe que funcionários públicos emitam publicamente opinião a respeito de atos da administração. Na prática, o artigo permite que a crítica a uma política pública de educação, por exemplo, seja punida como referência depreciativa.”

Dos 18 Estados identificados, em 10 os Estatutos foram produzidos durante a ditadura militar e até o momento não houve revogação; já nos outros 8 Estados, as leis já nasceram inconstitucionais, pois foram elaboradas na década de 1990.
Aplicado ou não o Estatuto nos dias de hoje, a grande verdade é que ele permanece como uma espada sobre a voz pública do professor, condicionando-o a pedir permissão aos seus superiores para poder expressar sua opinião, em particular em relação às políticas dos seus governos.
A escola pública tem sido muito criticada, mas não há condições de resgate da sua qualidade sem a participação ativa dos seus professores e professoras. Participação ativa significa uma participação humanizadora, respeitadora da sua condição de profissional, que é ao mesmo tempo transmissor de conhecimentos, mas, fundamentalmente, produtor de conhecimentos.

Isto significa que respeitar a sua dignidade é respeitar a sua capacidade de analisar a sua prática e construir os instrumentos e conhecimentos necessários ao seu aprimoramento como profissional. Só há aprendizagem quando ela ocorre de dentro para fora, quando o docente se identifica em sua prática cotidiana como profissional e faz dela seu vínculo com seus alunos, com seus colegas, com a comunidade onde a escola está inserida.
O professor é o principal elo entre o aluno, sua vida e o conhecimento. Só ele é capaz de impor qualidade e isto significa que seu papel e sua voz são fundamentais. Reformas educativas que não consideram isto tendem a violentar a profissão docente e estão fadadas ao fracasso. Leis que amordaçam o professorado ou criam ambientes de tolhimento da liberdade de expressão, tendem a calar a participação docente com sua experiência e conhecimentos como o principal instrumento para a melhoria da escola pública. A voz do professorado é essencial na construção da educação pública, universal e de qualidade, por isso...
Fala mestra!, Fala mestre!

Sérgio Haddad é economista, doutor em educação, coordenador geral da Ação Educativa e Diretor Presidente do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Correio eletrônico: sergio@acaoeducativa.org

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Debate Desafios da Conjuntura "Fala Mestre! O silêncio do professorado na educação".

Na semana que antecede o Dia do Professor, Ação Educativa/Observatório da Educação, em parceria com a Artigo 19, realizaram o Debate Desafios da Conjuntura "Fala Mestre! Fala Mestra! O silêncio do professorado na educação".
A Educação vem ganhando espaço no debate público. A mídia reproduz opiniões e análises de governantes, empresários, pesquisadores, artistas, jornalistas... todos falam sobre o tema. Ou, quase todos: constata-se que falta a voz dos professores nesta conversa. Por que isto acontece? Quais as razões para o silêncio dos professores sobre educação?

O evento aconteceu no dia 9 de outubro, foi aberto a participação de educadores, gestores, pesquisadores, jornalistas e interessados no tema da educação e reuniu cerca de 70 pessoas.

Os debatedores convidados foram: Dalmo Dallari (Jurista), Carlos Ramiro de Castro (presidente da Apeoesp), José Luiz Feijó Nunes (professor rede pública estadual de educação) e Fabio Mazzitelli (repórter do Diário de S. Paulo).

Veja nas outras partes:


2 - A legislação


3 - A relação com os jornalistas


4 - A condição do professorado I


5 - A condição do professorado II


6 - As possibilidades


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http://www.youtube.com/user/observatorioeducacao

From: observatorioeducacao




O que mais temo é o medo, não o fracasso! É não ir a luta com determinação.

"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda" (Paulo Freire)