"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem." Carlos Drummond de Andrade





sábado, 20 de setembro de 2008

O Grande Ditador

Sem o distanciamento temporal que temos e antevendo muita coisa,Chaplin faz a melhor sátira ao nazi-fascismo, com uma imagem do Führer que se consagrou e ainda é a predominante na memória contemporãnea.
Cenas como o número músical com o globo terrestre ou o discurso pacifista do fim são antológicos tanto artisticamente quanto como retrato de um tempo. O filme não só pode como deve ser usado para o ensino e para pesquisa histórica.
Curioso e impressionante o fato de que o filme foi completamente incompreendido nos EUA. Como consequência, o artista foi obrigado a deixar o país, o que acabou precipitando o fim da excelência de suas obras, já que na Europa não havia os mesmos meios de produção cinematográfica. o filme foi lançado em 15 de outubro de 1940, antes da entrada dos EUA na guerra, que aconteceria no ano posterior. Entretanto, o conflito mundial já havia sido desencadeado com a invasão da Polônia pela Alemanha em 1939.
Lembro de ter lido em algum lugar sobre essa influência de O Grande Ditador em seu exílio, mas a fonte não procede.
Pelo que pesquisei, seu exílio se iniciou em 1952. Desde então, ficou proibido de retornar aos EUA, uma medida machartista, por conta de sua militância esquerdista.
Só retornou à América em 1972, quando recebeu o prêmio especial (Oscar pelo conjunto da obra) da Academia de Hollywood.

Uma curiosidade: Chaplin (e o mundo) não tinha a noção do tamanho real do holocausto nazista quando concebeu a obra. Anos mais tarde, declarou que não teria capacidade de brincar com o nazismo, após conhecer a extensão do holocausto.(Ler o discurso...)
Por: Antonio Henrique Campello (Café História)



Sobre o filme:

Diretor: Charles Chaplin
Em seu filme O Grande Ditador, Chaplin vive uma brilhante sátira a Adolph Hitler. O climax clássico deste filme é o célebre discurso final, um libelo ao triunfo da razão sobre o militarismo. Atuando e sendo o diretor do filme o Grande Ditador, Chaplin foi acusado pelo Comitê das Atividades Antiamericanas, além de ter sido confundido à figura de um comunista com um discurso anti-nazista e humanitário. É certo de que a grande provocação à ideologia americana foi o discurso anti-nazista já que os Estados Unidos, paradoxalmente, estavam em guerra contra a Alemanha e ao lado da União Soviética. Eis a fala proferida no filme O Grande Ditador: "O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura! Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido." Este discurso foi responsável em grande parte pela sua expulsão dos Estados Unidos uma década depois. Para fins de estudo, salientamos que se trata de uma comédia, porém, de cunho conscientizador, agindo como um filme que denuncia a barbárie ocorrida na Europa. De consciência social intensa, o filme busca questionar um período efervescente de movimentos fascistas na Europa, criticando a apologia do cidadão que, por patriotismo, tolera o assassinato de milhões de judeus. Um detalhe importante é que o personagem Carlitos era um judeu. Os professores de História da Educação recomendam aos seus alunos como fonte de contextualização de um período fortemente marcado pela tirania Hitleriana, o que proporcionará aos mesmos uma oportunidade de reflexão crítica.

Veja mais alguns links sobre o filme:

Comparação entre o filme O Grande Ditador e a História

Tributo ao Gênio: Charles Spencer Chaplin

Uma dica dos professores de Sociologia da CEAD, Mariano Castro Neto e Marivone Piana, é o filme, também de Charles Chaplin, TEMPOS MODERNOS, para que você possa refletir sobre o impacto das tecnologias sobre a sociedade.


Category: Educação
Tags: Ideologias, ensino, história, professores, educação e ideologia, religião e ideologia






Nenhum comentário:

O que mais temo é o medo, não o fracasso! É não ir a luta com determinação.

"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda" (Paulo Freire)